Família da Silva Costa Cortizo
Por Família da Silva Costa Cortizo (aluno no 8.º EFII)
O início… “O Victor não sai de casa desde março. Acho que uma coisa excelente foi a manutenção das aulas no horário da escola, porque fica com o tempo preenchido.”
As descobertas… “Está aprendendo a tocar violão sozinho. Eu acho que ele tem a oportunidade de descobrir outras habilidades que talvez com o tempo todo na escola não teria, chega cansado, vai para o celular. Ele teve um trabalho sobre lockdown, veio me perguntar. Fez um curso na internet para aprender a editar os podcasts que estão fazendo, depois de editado veio me mostrar, ficou muito interessante. Tem a oportunidade de buscar outras coisas. Eu, além de ir ao hospital todos os dias, fiz um cobertor de tricô para ele, uma comida diferente, faço o serviço da casa, tento empurrar uma coisinha para ele. Falo: hoje os pratos são seus. Faz sobre protestos, mas faz. É uma demanda diferente chegando para ele.
Os desafios… “A comunicação digital me preocupa um pouco, porque é adolescente, tem uma abertura muito maior, conversa com muito mais pessoas, não conseguimos controlar o tempo todo, então é uma coisa que merece atenção.”
O que levam para sempre… “Meu marido está dormindo no colchão no chão do nosso quarto. Isso não quero levar para depois da quarentena. Não podemos ficar doentes ao mesmo tempo, Victor ficaria sozinho, não temos família aqui. Meu marido também está virando cozinheiro e faxineiro. Os cuidados com higiene vêm para ficar. As famílias estão mais próximas, mesmo longe. Teremos outra visão de mundo depois.”