Por Daniele Alvarenga e Michelle Oliveira (professoras do Pré II – Educação Infantil)

 

Há pouco mais de três meses, diríamos que, ensinar e aprender, realizar atividades pedagógicas, construir conhecimentos, participar de rodas de conversa para discutir ideias e partilhar sentimentos, se tratava de propostas exclusivamente presenciais para as crianças pequenas da Educação Infantil.

Diante do atual cenário em que estamos inseridos hoje, essas atividades são frequentes em nossos roteiros de estudo e nas rodas de conversa on-line.

O ensino remoto para a Educação Infantil, antes incabível, fez-se necessário face à conjuntura de pandemia em nosso país. Tivemos, então, muitos desafios pela frente, adequações precisaram ser feitas e a busca por novas possibilidades foi constante para nós, educadores.

Dessa forma, procuramos nos reinventar e a partir do trabalho colaborativo. A equipe de docentes da série refez caminhos e, por meio de novas ferramentas, garantiu aos estudantes do Pré II continuar desenvolvendo suas habilidades a partir de atividades educativas, preparadas com base nos Objetivos de aprendizagem de nossa Matriz Curricular, com as adequações que o novo contexto requeria.

 

O carteiro chegou!

Essa unidade temática foi de

senvolvida do início ao fim em meio ao ensino remoto.

Como propósitos, tínhamos: promover a leitura de contos de encantamento,

brincadeiras e atividades envolvendo a leitura e a escrita do próprio nome e do nome de pe

rsonagens de histórias já conhecidas pelos estudantes. Esse trabalho envolveu a leitura do livro O carteiro chegou, de Janet e Allan Ahlberg, assim como a exploração de muitas cartas.

Também investigamos um pouco sobre como as cartas chegam a seu destino. Para ampliar esse estudo, conhecemos o carteiro Elson, que gentilmente nos cedeu uma entrevista, em que explicou para os alunos quais são as informações fundamentais que os Correios precisam ter para realizar a entrega de uma correspondência ao destinatário.

Entrevista com o carteiro Elson

Com o intuito de complementar o trabalho com as cartas e torná-lo mais significativo para os estudantes, foi realizada uma pequena entrevista com o carteiro Elson, quando ele fazia a entrega de uma correspondência na residência da docente.

Clique no link para assistir ao vídeo.

https://youtu.be/GKxRxbJMKhQ

 

Banco de Palavras

Com o objetivo de promover a exploração das sonoridades de algumas palavras em jogos verbais a partir do campo lexical estudado, criamos um banco de palavras ilustrado. Com essa atividade, estamos proporcionando, também, a ampliação do repertório dos estudantes em relação à escrita de palavras.

 

 

 

Vamos escrever uma carta?

A estrutura do gênero foi trabalhada a partir da observação das cartas presentes no livro O carteiro chegou, destinadas às personagens dos contos de encantamento. Também exploramos a escrita de cartas, coletivamente nas rodas de conversa, quando redigimos uma resposta dos Três Ursos à carta de Cachinhos Dourados.

 

Quem é o intruso?

Após o trabalho de exploração do gênero e apoiados nas características que conheceram acerca das etapas para a escrita de uma carta, os estudantes identificaram o texto que não era uma carta no desafio: Quem é o intruso?

 

Como surgiram os selos?

A unidade temática contemplou, ainda, a origem dos selos, que acompanhou a história da comunicação por meio das cartas.  A criação de selos comemorativos incentivou os colecionadores a reunir selos de muitos modelos, épocas e celebrações.

Diante disso, os alunos foram convidados a criar um selo comemorativo de uma data ou situação importante para eles.

Após o trabalho, os estudantes foram estimulados a partilhar sua criação com seus familiares.

 

 

Como se preenche um envelope?

Com o objetivo de explorarmos o preenchimento de um envelope, a correspondência enviada por Joãozinho ao Gigante, no livro O carteiro chegou, foi observada e discutida no roteiro de atividades.

Em seguida, os alunos foram provocados a identificar, no envelope, as letras que também existem em seu próprio nome.

Mãos na massa

Em seguida, os estudantes receberam o desafio de preencher um envelope, inserindo nos espaços em branco as informações de endereçamento da sua residência.

Vale ressaltar que todas as atividades dessa unidade foram contextualizadas e experenciadas a partir de ferramentas tecnológicas como: vídeos, jogos, rodas de conversa on-line via plataforma Teams, e-books e, por meio da integração com outros componentes curriculares como Música e Teatro.

 

Tendo como pano de fundo no trabalho com as cartas, os contos de encantamento, na unidade temática “O carteiro chegou”, promovemos com os alunos do Pré II, situações de leitura e escuta de algumas versões dos contos tradicionais, tais como “Cachinhos Dourados”, “João e o Pé de Feijão”, “Cinderela”, entre outros. Esse trabalho, também propiciou o desenvolvimento de atividades de leitura e escrita do próprio nome e dos nomes das personagens das histórias já conhecidas pelas crianças.

Para dar continuidade a esse trabalho e visando a enriquecê-lo a partir da troca de experiências e pelas interações sociais, em parceria com a professora de literatura do Ensino Médio, Dayse, convidamos os estudantes desse segmento, a participarem da Roda de Conversa, denominada “Era uma vez…”

Nosso convite foi prontamente aceito!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A proposta sugeria que os estudantes do Ensino Médio selecionados contassem para os pequenos a história “João e o pé de feijão”, utilizando os recursos que desejassem (leitura do texto ou narrando o conto de memória). Disponibilizamos aos grupos de estudantes uma versão do conto original, para que pudessem utilizar como apoio.

Os alunos convidados realizaram estratégias que enriqueceram ainda mais a proposta: gravação de vídeos em duplas, utilizaração de recursos visuais, tais como cenário, recursos sonoros, exploração do texto escrito, entre outros.




https://youtu.be/6Pe5AUrCVto

 




https://youtu.be/FeQ9kZficEo

 

Esse momento também contribuiu para o desenvolvimento da linguagem — uma vez que essa prática amplia o universo de significados da criança e do hábito da leitura, sem contar o aprendizado do enfrentamento se situações atípicas de convívio social, em tempos de isolamento social.

O brilho no olhar dos pequenos, a curiosidade e o encantamento se fizeram presentes, não só pela narrativa, como também pela curiosidade para ouvir o relato dos alunos “grandes” e suas experiências no CSL, durante o percurso escolar. Tal partilha possibilitou uma troca de vivências de maneira sensível e criativa, para além do desenvolvimento dos Objetivos de aprendizagem.