Por Fabiana Nassif Jorge Traldi (mãe de alunos do 6° e 8° EFII)

 

O último dia de aula para meus filhos foi o dia 13 de março de 2020, uma sexta-feira. As notícias sobre um vírus ainda desconhecido, que vinha da China e “viajava” gradativamente pelo mundo, chegaram ao Brasil. As informações que timidamente chegavam por meio do aplicativo WhatsApp e deixavam a todos em pânico, foram ganhando uma proporção assustadora. De um lado, posicionamentos mais alarmistas, de outro, mais brandos. Não sabíamos qual decisão tomar. E agora? Meus filhos vão continuar a frequentar a escola? Foram inúmeras as trocas de mensagens em todos os “grupos de pais” do colégio, alguns iam mandar os filhos à escola, outros não… e assim prosseguiu durante todo o final de semana de 14 e 15 de março. Na segunda-feira, 16 de março, meus filhos já permaneciam em casa. Grande parte dos alunos foi à escola, e já na terça-feira, 17, o colégio anunciou que a suspensão das aulas ocorreria ao longo da semana até o fechamento total das suas atividades.

Dar continuidade ao programa escolar a distância foi a alternativa adotada pela escola que, num primeiro momento, assustou os estudantes, os pais, e, acredito, os professores. Várias questões e inquietações vieram à tona diante de um cenário novo para todos. Como serão as aulas? Qual plataforma? As aulas serão síncronas ou não? Os menores vão aguentar ficar diante de uma tela de computador por horas seguidas? Haverá prejuízo no aprendizado deles? Como serão avaliados?

Num segundo momento, os alunos já achavam interessante e divertido o ensino a distância. O contato virtual com os colegas, professores e coordenadores foi fundamental para espantar o medo do que ouviam nos noticiários diariamente e os fizeram perceber que o ensino em autonomia funcionava. Estavam aprendendo!

Todos do Colégio São Luís estão de parabéns, pois não é fácil implementar um ensino neste formato em pouco tempo. Ter uma visão a longo prazo foi um tiro certeiro, pois ninguém imaginava que esta situação perduraria muito tempo. Foi notória a evolução e o amadurecimento de professores e alunos. Os primeiros com a preocupação em preparar aulas de qualidade, e os últimos com um senso de responsabilidade em cumprir o que foi proposto. O que demoraria uns 10 anos para ser implementado, em termos de uma “educação tecnológica”, ocorreu em 3 meses.

Atualmente, uma grande maioria está familiarizada com um vocabulário que há 3 meses nem fazia parte do cotidiano familiar, como “baixar arquivo”, “procurar conteúdos na pasta”, “entregar trabalho no prazo”, “videoconferência”, “Power point”, “desligando o microfone”, e tantos outros.