Poesia e Pandemia (30/07/2020)
Por Karina Blanco (professora do 2° ano – Ensino Fundamental)
Passeio dentro de mim,
Incólume caminho,
Observo o silêncio,
Ouço pequenos olhares,
Olhares de querubim.
Pela tela chegam-me cores, vozes, sorrisos.
Paro, observo e sinto.
Livros lânguidos me consolam
E a vida segue na velocidade da luz.
O professor se reinventa, acolhe, fomenta
E a ameaça da fatalidade
aprisiona a certeza de um futuro ausente.
O enredo leva à loucura,
O vulnerável ser humano,
Que repleto de ternura,
Carrega nos olhos a sonhada fartura.
Na desordem social,
Sentimentos remexidos,
Disfarçados, esquecidos.
Paro, observo e sinto.
Nubladas janelas,
Infância aturdida
E o professor sem excessos,
Teme o retrocesso,
Acessa, acolhe e recomeça.
Paro, observo e sinto.
Mantenho a serenidade,
Me encanta o sol a despontar,
Repenso a liberdade,
Passos a perfilar,
Amor, cuidado e esperança,
Somente o que deve importar.