Por Karina Blanco (professora do 2° ano – Ensino Fundamental)

 

Passeio dentro de mim,

Incólume caminho,

Observo o silêncio,

Ouço pequenos olhares,

Olhares de querubim.

Pela tela chegam-me cores, vozes, sorrisos.

Paro, observo e sinto.

Livros lânguidos me consolam

E a vida segue na velocidade da luz.

O professor se reinventa, acolhe, fomenta

E a ameaça da fatalidade

aprisiona a certeza de um futuro ausente.

O enredo leva à loucura,

O vulnerável ser humano,

Que repleto de ternura,

Carrega nos olhos a sonhada fartura.

Na desordem social,

Sentimentos remexidos,

Disfarçados, esquecidos.

Paro, observo e sinto.

Nubladas janelas,

Infância aturdida

E o professor sem excessos,

Teme o retrocesso,

Acessa, acolhe e recomeça.

Paro, observo e sinto.

Mantenho a serenidade,

Me encanta o sol a despontar,

Repenso a liberdade,

Passos a perfilar,

Amor, cuidado e esperança,

Somente o que deve importar.