Família Montesanti Marques
Por Família Montesanti Marques (alunos no 4° e 5° EFI)
O início… “Mergulhamos no desconhecido, foi a construção de uma rotina, testamos modelos de convivência. Somos profissionais da saúde. No início, meu esposo, que está na linha de frente de atendimento da Covid-19, ficou isolado de nós e isso gerou estresse psíquico na família. No início estive sobrecarregada com os atendimentos médicos a distância, com os cuidados da casa, com a demanda de acompanhamento dos filhos. Foi muito difícil, mas temos evoluído muito. Depois vieram as aulas on-line. No primeiro dia, deu problema e sai de cabelo ensaboado para ajudar meu filho. Mas aos poucos eles foram ganhando autonomia.”
As estratégias… “A minha estratégia é viver cada dia. O que eu vou fazer de almoço hoje?”
As descobertas… “Uma das gratas surpresas dessa quarentena é o quanto meus filhos estão brincando juntos. Não fazia muito parte da dinâmica deles. É claro que eles brigam, mas tenho trabalhado um pouco da comunicação não violenta para que eles consigam se expressar. Essa é a parte boa das estratégias boas, que estou conseguindo desenvolver, estou meditando todo dia, mas tem dias que a energia acaba, sim. Nós oscilamos, eu enalteço as professoras, fico imaginando a carga delas. Vou sentir falta da voz das professoras aqui em casa. Que paciência! Como eu seria uma pessoa melhor se eu tivesse uns professores desses. As grandes descobertas são que eles podem brincar juntos, que o bom é inimigo do ótimo, aceitar a produção e os limites das crianças.”
Os desafios… “Uma questão que tem sido bem difícil é a exposição às telas, aos jogos eletrônicos, se você não corta eles passam o dia inteiro. Percebo que quando eles ficam muito e eu tiro, ficam nervosos, com sintomas de ansiedade. Essa tem sido uma maneira de conviver com os amigos também, no multiplayer.”
O que levam para sempre… “O que as crianças percebem em nosso discurso é que temos uma preocupação muito mais social do que propriamente biológica sobre a pandemia, porque sabemos o quando as populações mais desfavorecidas e vulneráveis têm uma letalidade muito maior. Eles percebem nossa preocupação”.