Webinar Por uma educação antirracista
Por Dayse Mara Ramos da Silva (professora de Língua Portuguesa – Ensino Médio)
A constatação cotidiana de que o racismo brasileiro se nutre de estruturas social, política, cultural e econômica garantidoras de sua manutenção incomoda. Essa situação, tão corriqueira e grave, propaga-se em espaços educacionais quando não questionada e problematizada. Partindo desse pressuposto, em 19/06/2020, organizado pela área de Linguagem do Colégio São Luís, aconteceu o webinar Por uma educação antirracista, cujo objetivo primeiro era discutir com estudantes do ensino médio e do 9º ano do ensino fundamental situações de racismo no ambiente escolar, visando assim a uma práxis norteadora de atitudes antirracistas.
A atividade, uma mesa-redonda na plataforma Teams, teve em sua organização a participação do coordenador do segmento Ensino Médio, Rafael Araújo, do coordenador da área de Linguagem, Rudney Soares, do coordenador da área de tecnologia, Sérgio Lagrotta, da coordenadora do programa International Baccalaureate, Andrea Rodrigues, das professoras de língua portuguesa Fernanda Franco, Cláudia Terra e eu, Dayse Mara Ramos da Silva. O convidado, prof. Dr. Jarbas Vargas Nascimento,[1] do Departamento de Pós-Graduação em Língua Portuguesa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), conversou comigo[2] sobre posturas, situações, proposições e reflexões importantes à escola, espaço de questionamento de desigualdades e de criação de novas posturas.
Durante 90 minutos, respondemos a perguntas feitas por estudantes, sempre buscando histórica, social e pessoalmente – nossa negritude nos confere um lugar de fala preciso – a compreensão de mecanismos cotidianos estruturadores do racismo: da linguagem ao gesto, da arrogância à centralização da “branquitude” como modelo, enfim, do valor desigual dado a negros e brancos na sociedade brasileira.
Nessa dinâmica de conversa, havia uma preocupação latente nas reflexões do prof. Jarbas Nascimento e minhas: práticas racistas podem ser descontruídas, e a escola, como espaço formativo, tem o dever de questionar-se e propor questionamentos, além de mudar suas concepções e incentivar mudanças em seus estudantes.
Assista na integra ao evento em: https://youtu.be/Z0dXm4fHWXk e saiba mais em: https://www.saoluis.org/2020/07/02/webinar-discute-racismo-no-brasil/ e no Instagram @colegio_saoluis.
[1] Pós-doutor na área de Letras, pela UNESP (Universidade Estadual Paulista), Campus Assis. Doutor em Letras (Semiótica e Linguística Geral) pela USP (Universidade de São Paulo). Mestre em Língua Portuguesa pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Bacharel e Licenciado em Letras e Filosofia pela Faculdade Nossa Senhora Medianeira – SP. É professor titular do Departamento de Ciências da Linguagem e do Programa de Estudos Pós-Graduados em Língua Portuguesa da PUC-SP, instituição em que também foi Pró-Reitor de Relações Comunitárias. É professor colaborador do Programa de Pós-Graduação em Linguística da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo). Disponível em: http://abre.ai/bkeO Acesso em 12/07/2020
[2] Doutoranda em Educação: História, Política e Sociedade pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Mestre em Letras pela USP (Universidade de São Paulo), especialista em Ensino de Língua Italiana a Estrangeiros pela Università per Stranieri Dante Alighieri (UNISTRADA-Itália) e licenciada em Letras pela UNESP (Universidade Estadual Paulista). Professora da educação básica no Colégio São Luís e do ensino superior no Instituto Singularidades. Disponível em: http://abre.ai/bkeP Acesso em 12/07/2020